quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Nossa aventura continua nas mídias socias, venha com a gente!


Nosso pré-site já estreou, confira.
Ficamos muito felizes por dividir com vocês um pouquinho da nossa experiência durante essa jornada fantástica que foi produzir Xingu.

Nossa aventura aqui no blog chegou ao fim, e agora convidamos vocês a acompanhar uma nova etapa, a preparação para a grande estreia!

Nosso pré-site já está no ar, lá vocês conferem o trailer completo do filme em alta definição. Para continuar por dentro de todas as novidades sobre o filme e interagir com outros cinéfilos e apaixonados pela história dos Villas Bôas, curta nossa página no Facebook, siga-nos no Twitter e deixe seus comentários usando a hashtag #xinguofilme e assista ao conteúdo que preparamos para nosso canal no Youtube.

O filme estreia dia 6 de abril em todo o Brasil, mas a conversa e a troca de ideias começa desde já nas mídias sociais. Esperamos por vocês!


Site oficial: http://www.xinguofilme.com.br/
Facebook: http://www.facebook.com/xingufilme
Twitter: https://twitter.com/#!/XinguOFilme
Youtube: http://www.youtube.com/xinguofilme

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Diretor Cao Hamburger e o produtor Fernando Meirelles falam da expectativa da primeira exibição

Xingu abre a primeira noite do Amazonas Film Festival, dia 3 de novembro, marcando a première mundial do longa produzido pela O2 Filmes. O filme terá sessão no Teatro Amazonas, com a presença do diretor, dos produtores Fernando Meirelles e Andrea Barata Ribeiro e dos atores Felipe Camargo, João Miguel, Maiarim Kaiabi e Totomai Yawalapiti.

“Fazer a primeira sessão pública do Xingu no coração da Amazônia é tão especial e simbólico quanto o fato de estarmos no aniversário de 50 anos do Parque”, comemora o diretor Cao Hamburger. O produtor Fernando Meirelles faz coro com Cao e festeja a oportunidade: “Xingu não poderia estar em melhor lugar e melhor momento para ser apresentado pela primeira vez: estaremos em Manaus, coração da Amazônia, num festival que ganha prestígio a cada ano, num momento em que se questiona os mega-projetos para o desenvolvimento da Amazônia e as desastrosas mudanças do Código Florestal. O filme fala sobre esses mesmos erros cometidos há 50 anos. Sim, o Parque do Xingu comemora 50 anos em 2011. Tudo se encaixa”.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Último dia de montagem

O diretor Cao Hamburger, os produtores e parte da equipe de XINGU se reunem para assistir ao último corte do filme e comemorar a montagem final.




sexta-feira, 27 de maio de 2011

"Xingu" por Anna Van Steen

Foto enviada por Anna Van Steen

Participar das filmagens de "Xingu" foi sensacional. Primeiro pela honra de poder contar, à nossa maneira, quem foram os irmãos que realizaram feitos historicamente tão relevantes. Conhecer a região de Tocantins e o Parque do Xingu foi um privilégio, embora eu não possa dizer que tenha sido fácil. Durante o trabalho, nos sentíamos verdadeiros guerreiros ao enfrentar o calor devastador do local, o ar seco, a fuligem das queimadas e os insetos, sem contar com o medo de cruzar com uma sucuri nadando no rio... Nada comparável às dificuldades vividas pelos Villas Boas, claro, mas ainda assim, bastante difícil. O que compensava as adversidades, além das estonteantes paisagens, era o contato que fomos estabelecendo com os índios durante o processo. No início estudando nos livros e vídeos, depois conversando com estudiosos da cultura indígena e finalmente ao desenhar, junto com eles, a maquiagem do filme.
Pessoas que nos mostraram uma maneira diferente de olhar para o entorno e para as relações humanas. Novos amigos que pretendo preservar e admirar sempre. Que tema importante estamos abordando!
Torço para que o filme seja um sucesso.



Anna Van Steen foi responsável pela maquiagem de "Xingu".

terça-feira, 17 de maio de 2011

Xingu por Marcelo Torres

Marcelo Torres - Foto de Beatriz Lefèvre

O filme Xingu é como prêmio de profissão. Sou suspeito para falar.

Primeiramente, amo fazer Cinema e fazer Cinema dessa forma que fizemos é maravilhoso.

Ao ler o roteiro já pude imaginar lugares com beleza e preservação indescritíveis. Desde muito novo percorro a região Centro-Oeste em viagens de pescaria com meus pais, meus tios e meus primos. Então sugeri o Tocantins por ser um lugar onde a natureza ainda mantém seu equilíbrio. Lugar onde temos rios limpos, pássaros e animais silvestres, um lugar onde poucos pés humanos pisaram.

Contar a história dos irmãos Villas-Boas é contar um pouco da nossa história. História que talvez poucos conheçam. História de verdadeiros heróis. E heróis brasileiros. Foi durante os 40 anos de expedição, de desbravamento de terras, de doenças, nascimentos, mortes, alegria, perseverança, amizade que eles criaram o Parque Nacional do Xingu. Com garra, determinação e acima de tudo esperança.

E o nosso filme foi feito com toda essa carga de energia e emoção. Orlando, Cláudio e Leonardo estiveram presentes conosco nessa empreitada. A nossa expedição começou verde, as paisagens ainda estavam começando a receber os raios alaranjados do sol escaldante do Tocantins. A chuva já tinha ido embora. E no decorrer da nossa expedição as fumaças começaram a tomar conta do horizonte. Mas a Lua sempre vinha para acalmar e intensificar mais a beleza do cerrado.

E assim se sucedeu os meses que filmamos no Tocantins. Pude mostrar a natureza que meu pai me apresentou. Pude ter o prazer de fazer o que gosto num lugar onde a natureza é exuberante e virgem.

O Xingu é um filme que nos faz pensar na vida. A saga dos três irmãos nos mostra todas as relações, a importância dos sentimentos, a luta pela sobrevivência, a amizade, a cumplicidade, a descoberta, a esperança.

É um filme que vai nos mostrar um pouco da história brasileira, a história dos índios, da cultura indígena, vai nos contar uma história de vida, uma história de heróis.


Escrito por Marcelo Torres, diretor de produção de "Xingu".

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Xingu por Adriano Goldman

"Cinema é cedo e longe". A frase não é minha, mas eu uso bastante. E traduz muito bem o projeto “Xingu”.
Tudo era longe, acordávamos muito cedo e percorríamos centenas de quilômetros por dia. De carro.
Os irmãos Villas Bôas fizeram tudo a pé e de canoa, por mais de dez anos. Empreitada sobre-humana.
Depois de pesquisar bastante, ler o "Marcha para o Oeste", visitar as locações pelo menos duas vezes, incluindo o parque do Xingu e as aldeias, fomos percebendo que, querendo ou não, faríamos um tipo de western sulamericano, o nosso épico. Imensas paisagens, o desconhecido, o cerrado. Os pioneiros do centro- oeste.
Pra mim foi, de fato, um grande desafio. A equipe, os cenários do Cassio, as filmagens em rios e canoas, aviões e aldeias remotas foram fazendo um pacote grande.
Decidimos filmar com duas câmeras e pela primeira vez eu não seria um dos operadores. A idéia era ter uma equipe principal e uma outra que pudesse sair atrás de paisagens e imagens que completassem cenas já filmadas.
Xingu seria um filme de externas e isso pode ser muito estressante para o fotógrafo. A idéia de que não teremos controle sobre a luz é sempre um problema. Conversamos muito sobre a luz tropical, a realidade dos Villas Bôas percorrendo o cerrado e a mata e decidimos não fazer um filme da "luz ideal' mas da "luz real", ou seja a luz dura, zenital, quente, batendo sem dó nos chapéus seria bem vinda. Claro que também queríamos a bela luz, o fim de tarde glorioso mas era muito importante ressaltar a "dureza" da empreitada.
Pronto pra começar.
E começou a queimar tudo. O Tocantins queimou enquanto filmávamos. Sem exagero. Clima de deserto, mais de 40 graus, 15% de umidade, as fazendas e parques da região queimando. A fumaça envolvia o set. Podíamos olhar diretamente para o Sol. Lá estava ele, laranja, acima da fumaça.
Nem tive como ficar frustrado, assim é que seria.
Tivemos a luz tropical mais soft. Tudo foi ficando monocromático, nos tons do figurino e dos cenários de madeira.
O cinema tem disso, depois de tudo preparado temos que estar abertos ao que é novo e surpreendente. Claro que acumulamos experiência mas cada projeto é absolutamente diferente do outro.
Começamos em São Félix do Tocantins aonde construímos o cenário do posto Leonardo e onde filmamos em rios lindos de água cristalina e a paisagem do cerrado. Depois Caseara onde filmamos o posto Diauarum e rios com água turva, muito mais largos e árvores muito mais altas, mais amazônicas. A diferença das paisagens sempre foi um dos pontos que o Cao quis enfatizar, assim perceberíamos melhor as distâncias percorridas e o isolamento do Claudio. Depois a região de Palmas e dalí para a Aldeia Yawalapity , verdadeira viagem no tempo, incrível experiência e, por último São Paulo, onde a história começa. Muitos quilômetros rodados.
Fui a lugares aonde jamais teria ido se não fosse pela profissão que escolhi e por esse projeto raro.
A história estimulava todos da equipe e o trabalho dos atores e dos índios(fantásticos) foi nos transportando para a realidade dos irmãos e cada vez era mais clara a importância da saga dos Villas Bôas para a história recente do Brasil.
Fiquei muito feliz com o resultado visual do filme mas ser bonito não basta. Queremos que o Xingu seja um filme "importante", ou seja, que coloque em discussão a questão do índio, a preservação das culturas indígenas, que apresente às novas gerações as figuras transformadoras da realidade, que mostre ao público estrangeiro um novo lado da história recente da América do Sul e, claro, que seja também entretenimento.

Esse texto foi escrito pelo diretor de fotografia de "Xingu", em 11/05/11.

Foto de Beatriz Lefèvre.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Xingu por Cassio Amarante

Cassio Amarante preparando o avião para cena. Foto de Beatriz Lefèvre.


Li esses dias sobre o novo filme de Werner Herzog, rodado na caverna de Chauvet. Desde as primeiras linhas do artigo do NYT encantei-me pela descrição dos desenhos e os cuidados para sua preservação. Fiquei particularmente orgulhoso pelo fato dos desenhos provarem que desenhar é uma forma de expressão tão ancestral e universal; que uma mensagem de 30.000 anos pode ser integralmente entendida por nós. Até ai não passava de vaidade minha, me achando um desenhista das cavernas, me imaginando um praticante da arte primordial... mas o artigo continuou descrevendo o processo de documentação, e rapidamente ficaram claras as dificuldades e a importância do registro em filme. Os desenhos e murais são belíssimos e devem ser a primeira obra de arte preservada da nossa espécie. Não se trata da nossa civilização, e sim da trajetória do Homo Sapiens. Comecei então a sentir uma enorme satisfação pelo fato do sr. Herzog estar a frente do projeto, e o artigo termina assim: “ Werner é o primeiro artista a trabalhar nessa caverna em 30mil anos”. Confesso que quando acabei de ler comecei a chorar, por que sou bobo, e porque tive a certeza de que nós, homens do século XXI, tínhamos enviado o cara certo para esse contato tão sublime, um artista. Quando me lembro dos dias no Xingu, e penso na imagem dos meus amigos Cao e seu filho Tom, cruzando a Aldeia Yawalapity, conversando como dois irmãos, tenho a mesma sensação de que enviamos o artista certo para essa empreitada tão sublime.

O filme Xingu, além de ser um ótimo filme, deverá ser um marco na transformação da visão que temos do índio.
Espero que tenhamos a coragem de fazer outros projetos dessa natureza, que antes de mais nada ajudam a construir a história do Brasil.

Boa sorte a todos os Xingús!

Cassio Amarante.

São Paulo, 04 de maio de 2011.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

As últimas notícias sobre XINGU

Notícias sobre o Xingu no jornal O Globo, na revista O Globo e no site IG Gente.





terça-feira, 26 de abril de 2011

A MONTAGEM DE "XINGU"




Desde "Filhos do Carnaval", torcia para trabalhar novamente com o Cao. Quando surgiu o convite para o "Xingu", houve uma união entre trabalhar com alguém que admirava em uma história incrível de resistência, luta e realização dos irmãos Villas Boas.

Iniciamos o processo de montagem durante as filmagens. Era meu primeiro filme em 2:35. O aspecto "alongado" exige um timing de montagem diferente já que o olho precisa de mais tempo para percorrer o quadro.

A primeira etapa é organizar e pré-montar as cenas que vão sendo filmadas. Isso ajuda o diretor a saber se as atuações estão de acordo com o que tinha planejado, se a decupagem está funcionando, se há no material a intensidade percebida na filmagem, etc. Às vezes, detalhes do figurino e maquiagem só são percebidos no silêncio da sala de montagem. Cenas de produção complexas, com barcos e aviões, também estão na lista de prioridades nessa fase de montagem paralela, pois qualquer idéia de plano novo precisa ser passada com urgência para o diretor, de maneira que não atrapalhe o plano de filmagem.

É uma etapa tensa, precisamos correr para avaliar o que está sendo filmado ao mesmo tempo em que tentamos vislumbrar possíveis transições entre cenas, respiros ou simplesmente algum insert não programado. Por isso, algumas produções deixam reservadas algumas diárias de filmagens para depois do primeiro corte. Mas quando se filma em locações distantes, de difícil acesso, o retorno se torna, muitas vezes, inviável.

Terminadas as filmagens, começa uma segunda etapa, o primeiro corte. Nesse momento ,há um misto de tensão e euforia. Tensão para saber se há um bom filme ali, apesar de todas as adversidades inerentes ao processo. Euforia pelas surpresas que novas associações de planos geram para o significado da história que está sendo contada. Às vezes, da limitação do material filmado, surge uma grande idéia, que não só soluciona uma cena, como a leva a um outro nível. Às vezes, isso vem ocorre nos cortes subseqüentes. O primeiro corte deve mostrar o potencial que o filme tem e apontar o caminho a seguir.

Começa então a terceira etapa do processo, a busca pelo corte final. Alguns filmes tem a estrutura totalmente refeita na montagem, outros apenas parte dela. De qualquer maneira há uma continuação da escrita do roteiro na montagem. Entre o que foi escrito e a cena filmada há um mundo de coisas que ocorrem. Improvisos na atuação, cenas que renderam mais do que o esperado, cenas não muito boas, atuações inspiradas; são alguns dos fatores que "desequilibram" o roteiro de filmagem e alteram o resultado. Uma música pode intensificar a cena de tal maneira que toda a linha relacionada a ela precisa ser refeita. Uma fala a menos, uma a mais, faz toda a diferença no conjunto da sequência. Uma cena linda pode ir para os extras… Fico sempre extasiado com essas variantes, como interferem na percepção total da obra.

Hoje, estamos no corte 08, aguardando uma última diária de filmagem (em função do clima) e alguns pequenos ajustes para fechá-lo. Do primeiro ao oitavo corte muita água correu pelo Rio Xingu… e espero que essa incrível história atinja o coração dos espectadores como atingiu o meu.



texto escrito por Gustavo Giani, montador de Xingu, em 26/04/11.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

XINGU: ROTEIRO E MONTAGEM


Contar uma história é difícil. Mas decidir-se sobre que história contar – dentre todas - é pior. Enfrentamos intensamente essa dúvida/escolha na época do roteiro do Xingu.
Claudio, Orlando e Leonardo Villas Boas são vidas, como se diz, maiores que a vida – vezes três. Com o agravante do tempo dilatado: 40 anos de ação na mata e no cenário político nacional. Considerando a ambição de abarcar tudo o que fizeram: desbravaram um pedaço enorme de Brasil, negociaram com presidentes, ministros e militares, lutaram contra latifundiários e políticos, fizeram o primeiro contato e cuidaram de alguns milhares de índios de mais de uma dezena de etnias. E, por fim, criaram um Parque Nacional do tamanho da Bélgica que é um paradigma na preservação da cultura indígena até hoje. Foram heróis – sem dúvida e acima de tudo.
Mas as ambições, delírios e tropeços desses heróis também renderiam filmes. E muitas vezes fomos nessa direção. Não foram poucos os tratamentos assentados em vulnerabilidades e contradições dos irmãos. Mas com o tempo, conforme íamos sendo mastigados pelo “processo”, foi parecendo meio infantil centrar uma narrativa de tamanho potencial no lado escuro dos heróis. Se “de perto ninguém é normal”, imagina quem compra uma briga do tamanho que Villas Boas compraram.
Venceu a versão que conta o feito, a aventura, a saga dos irmãos. Algo mais próximo do filme de ação feito por quem gosta de drama e personagem. O filme foi filmado de acordo com essa escolha - tal qual o roteiro.
Sala de montagem. Nos últimos meses, participei perifericamente de algumas sessões com Gus e Cao. Curiosíssimo. Estavam lá de novo todas as possibilidades: o filme mais denso, reflexivo; a saga histórica e política e o filme de aventura, de ação.
Diretor e Montador estavam de novo diante das questões que havíamos enfrentado no roteiro. O quanto era necessário explicar de política e história? O quanto devíamos mergulhar na densidade emocional dos irmãos diante da encruzilhada que foi desbravar o desconhecido e conspurcar a pureza do índio? Qual a medida de suas vidas pessoais na saga?
De novo venceu a vontade de ter um filme que, acima de tudo, nos deixasse grudados na tela esperando pelo próximo acontecimento. Que é sempre o jeito de trazer mais gente para dentro da história. E mostrar a história desses dois irmãos para o maior número de pessoas possível é o mínimo que se pode fazer. Porque são heróis. E são brasileiros. E porque pouca gente aquilata o tamanho de seu feito. E porque de quebra, os Villas Boas viveram um dilema espiritual dos bons.
Enfim, Xingu está saindo. Não vou enfileirar elogios porque não pega bem. Mas como parte dessa equipe sinto um orgulho enorme.
De resto, para quem gosta de escrever a sala de montagem é um lugar familiar. O que acontece ali é uma re-escritura.


Texto escrito por Elena Soarez, em 25/04/11.